Powered By Blogger

27 outubro 2007

belo show

Partido alto, "Do Morro ao Asfalto"É no balango dango do gingado da morena, no repique do tamborim, nobatuque do surdão que o samba pega fogo. Mesa de tira-gosto, "breja"gelada e repertório de bom gosto compõem o cenário a céu aberto doevento que promete unir morro e asfalto, centro e periferia, chinelo esalto.Idealizado pelo músico mineiro Dudu Nicácio, o projeto "Do Morro aoAsfalto" resgata o samba de raiz e propõe a troca entre músicosexperientes e a própria comunidade. Enquanto Mestre Jonas dá o tom,Aline Calixto solta a voz e Renegado entoa a rima. Pra completar o"zum zum zum"; vídeo-instalações, exposições e muita interação entregente disposta a cair no samba, dão um toque mais que cultural à festaque não tem hora pra acabar.A proposta é estimular um intercâmbio entre a favela e a cidadeatravés da música; vertente artística que agrada a gregos e troianos.Pra não deixar por menos, o gênero escolhido para ser o "unificador"social foi o samba. Exemplar brasileiro característico, recentementeenquadrado na categoria de patrimônio histórico cultural imaterial,tem cara do morro, mas, a cada dia que passa, ocupa espaço em bares ecasas noturnas da zona sul. E por que não unir o útil ao agradável?No Alto Vera Cruz, na Serra ou no Acaba Mundo quem não "manda" umviolão de sete cordas, arrisca o tamborim. Branco ou preto, novo ouvelho, rico ou pobre, todo mundo é bem vindo. E olha que o repertóriovem bem recheado. Cartola, Nelson Cavaquinho e Paulinho da Viola sãosó alguns dos clássicos tocados no sambão. Noel Rosa, que, em suaépoca, também contribuiu na legitimação do samba de morro no mundo dosbrancos, não foi esquecido.Depois de duas edições bem sucedidas, agora é a vez de "se acabar" no
na Praça Carioca (atrás da Praça JK). As atrações? Dois do Samba e\u003cbr /\>Solange do Cartola, Miguel dos Anjos, D. Ana Elisa, Copo Lagoinha,\u003cbr /\>Domingos do Cavaco e Dóris. No evento, os grupos "Retalhos da Vila" e\u003cbr /\>"Itai" farão exposições artísticas. A entrada é gratuita.\u003cbr /\>\u003cbr /\>Brisa Marques\u003cbr /\>\u003ca //-->(["ce"]);
samba do Acaba Mundo, que acontece às 16hs, no próximo dia 27, sábado,na Praça Carioca (atrás da Praça JK). As atrações? Dois do Samba eSolange do Cartola, Miguel dos Anjos, D. Ana Elisa, Copo Lagoinha,Domingos do Cavaco e Dóris. No evento, os grupos "Retalhos da Vila" e"Itai" farão exposições artísticas. A entrada é gratuita.Brisa Marqueswww.obinoculo.com.br

23 outubro 2007

DEMOLINDO A HISTÓRIA

r tchá soares

Há pouco tempo produzi um documentário sobre a história da economia de Oliveira. Com esse trabalho pude descobrir muita coisa que não sabia. Uma delas é que a cidade já teve três fábricas de cerveja, e chegou a exportar 80 mil garrafas por ano.
Todas as descobertas me deixaram surpresos, porém, ao mesmo tempo, me acrescentou um problema: Um produto de audiovisual precisa ter áudio e imagens. A questão era: Como ilustraria um texto que fala de fábricas e pontos comerciais, dos quais, muitos já não existiam mais. Para alguns casos consegui fotos ou usei imagens de produtos ou objetos que remetiam aos tais ofícios, mas, em outros, não havia nada que pudesse referenciá-los.
Pesquisando a localização desses comércios, descobri que muitos tinham deixado de existir, mas a casa ou o prédio onde eles funcionaram, não. Assim consegui resolver o problema: Com imagens dos casarões antigos de Oliveira pude dar uma referência dos pontos comerciais que ali se estabeleceram, remetendo o espectador para a época em que eles existiram.
O patrimônio histórico de Oliveira carrega a nossa história. Fábricas, bares, mercearias, alfaiates, fotógrafos e barbeiros, passaram, mas a história esta enraizada. Graças às ações de pessoas que lutaram pela conservação desse patrimônio, pude contar, através dele, a história da nossa economia. Esse pensamento prevalece também nos países mais desenvolvidos da Europa e do Oriente, mas, ao que parece, por aqui, não.
Esta semana, infelizmente, vi mais uma casa de valor histórico ser demolida na cidade. Uma construção de 1930 que trazia detalhes arquitetônicos próprios do seu tempo. Um estilo que remetia para a época áurea da estrada de ferro e da Praça da Estação. Não sou saudosista, mas valho-me das raízes para crescer com solidez. Lembro-me que ali, anexo àquela casa, havia uma vendinha onde levava café para moer. Quando descia para as minhas aulas no Francisco Fernandes sempre passava lá para compra balas “Banda”. Certa vez eu e meu amigo Pepê voltávamos do grupo e vimos um menino que sempre ficava na porta da vendinha para insultar-nos. Nesse dia resolvemos dar-lhe uma lição, mas o seu Zé apartou a briga e nos fez pegar na mão um do outro, depois nos tornamos grandes amigos. Toda vez que passo por ali me lembro desse fato. Mas agora está tudo acabado. Destruíram a minha referência histórica e creio que a de muita gente.
Vi uma foto em que aparece uma locomotiva, em primeiro plano, estacionada onde hoje é o hospital de Oliveira e, ao fundo, a casa que acabaram de demolir. Assim como a vendinha do seu Zé, havia vários outros armazéns no entorno da estação, e que hoje são referências daquela época. Isso é história. História é cultura. E cultura é a alma, é a identidade de um povo. Estão demolindo a nossa história, destruindo a nossa cultura, e nos deixando sem identidade. O pior é que indiretamente participei dessa decisão, porque fazia parte do conselho que votou pela demolição. Votei contra, é claro, mas vi colegas votarem a favor. Fiquei de queixo caído. Como pode um Conselho de Patrimônio Cultural votar pela demolição de um bem histórico?
Procurei não me influenciar pelo apreço que tinha por aquela casa ou pela noção de história da arte, de estética e de outros conhecimentos que adquiri no curso de arquitetura. Votei pela avaliação que me trazia um laudo desenvolvido por um arquiteto e por um historiador, credenciados pelo IEPHA. Argumentei durante a reunião que, como leigos, deveríamos nos apegar a esse laudo. Não podíamos tomar uma decisão importante dessa baseada na opinião subjetiva de cada um. O imóvel foi inventariado, e segundo os técnicos, possui valor histórico e arquitetônico, e comunga com as construções do seu entorno. Quem somos nós para contradizer? Será que os membros leigos da irmandade do hospital de Oliveira discordam dos diagnósticos dos médicos e mandam trocar os remédios dos pacientes?
Algumas coisas foram ditas, na imprensa, por colegas que eu respeito muito, mas tenho que discordar: Uma delas diz que não se pode limitar o direito de propriedade em nome do interesse público. Ora, o direito de propriedade tem que ser respeitado, mas é lógico que o interesse público prevalece sobre interesse individual. E é claro que o valor histórico torna o bem de interesse público. Em outra, um membro do conselho disse ter lamentado que isso tenha vazado para a população. Meu Deus, mas o conselho está ali representando o povo de Oliveira e qualquer decisão tomada por ele deve ser pública! Esse mesmo conselheiro afirmou que a grande maioria votou pela demolição. Mas que grande maioria é essa, já que participaram da reunião dez pessoas, das quais cinco eram contra, e cinco a favor. Um membro do conselho que era contra a demolição teve que substituir o presidente, por isso perdeu o direito de voto, dando, portanto, a vitória para os que eram a favor. O engraçado é que cinco pessoas votaram pela demolição e dez se desligaram do conselho por não concordar com a decisão.
Penso que em momentos como esses é preciso deixar de lado as relações, sejam elas comerciais, de amizade, ou de interesses econômicos, porque o que está em jogo é a nossa história, a nossa cultura, a nossa identidade. Quando os netos e bisnetos forem catalogar a vendinha do Seu Zé ou a casa que ali existia, como parte do trabalho que a professora de história pediu, nós não estaremos mais aqui, nem os nossos amigos, nem os nossos clientes. Mas o nosso erro ficará. Assim como ficou o da demolição do Teatro Municipal e de tantos outros casarões que já se foram.
Se persistirmos nesse erro, acabaremos condenados pela própria história ao legar para o futuro um deserto ecológico e cultural a um povo carente de algo que os identifique.

Luciano Soares

* Confira outros textos de Luciano Soares no blog: www.imagemeletra.blogspot.com

20 outubro 2007

perguntar nao ofende!!

que a Globo nos esplique :
Perguntar não ofendeA nota abaixo é da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo:NOVO ENDEREÇO - A jornalista Miriam Dutra, da TV Globo, deixou Barcelona depois de 11 anos na cidade. Ela foi transferida para Londres, onde passa a integrar a equipe de Marcos Losekan, chefe do escritório da Globo na cidade.A pergunta que não quer calar é simples: alguém sabe qual foi a última matéria realizada pela jornalista para algum dos telejornais da TV Globo?Para quem não sabe, Miriam Dutra é mãe de um menino chamado Tomás. O pai dele atende pelo nome de Fernando Henrique Cardoso. A imprensa brasileira achou um horror que Renan Calheiros tenha usado um amigo lobista para pagar a pensão alimentícia de sua filha com Mônica Veloso. Mas nunca deu um pio sobre o caso de FHC. Não é no mínimo esquisito que a TV Globo, uma concessionária de serviço público, pague salários e mantenha uma jornalista no exterior sem que ela realize uma mísera pauta para seus telejornais?Como diria o gaiato, cada um com seus problemas

12 outubro 2007

hasta siempre, Comandante

Hasta Siempre Comandante!


Tch;a Soares


O título acima também dá nome a uma obra prima da música cubana em que o compositor Carlos Puebla homenageia Che Guevara, o médico argentino que se propôs a lutar por um povo que ele nem sequer conhecia.
Ernesto Guevara de la Serna, por obra do destino, conhece, no México, um certo Fidel Castro, que lhe faz um proposta indecorosa: Lançar-se ao Golfo do México rumo a um país desconhecido junto com 81 companheiros para lutar contra mais de três mil homens apoiados militarmente pelos Estados Unidos.
O que um jovem recém-formado em medicina pela Universidade de Buenos Aires poderia dizer diante de uma proposta dessas? A sensatez sugerida pela ordem teórica ditada pelo capitalismo nos levaria a imaginar que ele não aceitaria a proposta. Mas ele disse sim.
Começava ali a epopéia de um homem que mais tarde seria preconizado como o grande tutor da causa revolucionária.
Ao desembarcar em Cuba o exército rebelde foi recebido por um bombardeio aéreo que o faz sofrer grandes baixas. Reduzido a um contingente de 18 soldados feridos e mal armados, o grupo marcha para a legendária Sierra Maestra onde daria início a batalha de Davi contra Golias. Aqueles jovens idealistas começavam ali o que se chamou de “A revolução impossível”. Foi dada a partida para a mais romântica das empreitadas da esquerda latino-americana. Começava a Revolução Cubana.
- Mas, por que ele disse sim?
Essa é a indagação pairou sobre as mentes de muitas pessoas que não o conheciam mais profundamente. – Mas o que diria o filho de uma família que via permanentemente a mesa de jantar rodeada de meninos pobres, fiéis escudeiros do filho mais velho. O que poderia dizer um médico recém-formado que ignora a possibilidade de adquirir automóveis importados e mansões. Que parti em busca dos mais recônditos leprosários para trabalhar a troco de cama e comida? Qual resposta poderia dar um aventureiro que da garupa de uma motocicleta conhece toda a miséria e toda a sorte de exploração que possa recair sobre um povo que vive à sombra de um império? Como poderia reagir uma pessoa que se alimentava ideologicamente da indignação de ver um ser humano ser explorado por outro.
- Quem o conhecia tinha plena convicção de que aquele jovem se lançaria sem pensar em uma luta cuja causa era tudo aquilo que lhe serviu de alimento enquanto construía o próprio caráter. Não havia para ele outra resposta se não dizer sim a uma proposta que lhe tiraria da posição de observador para assumir a função de modificador de uma ordem pré-estabelecida. Era chegada, portanto, a hora de cumprir aquilo que bradou seu comandante: “Em 1956 seremos livres ou seremos mártires”.
Quer saber o final dessa história? Eles se tornaram livres. O impossível aconteceu. Davi venceu Golias. Aqueles 18 soldados que iniciaram a luta contra os três mil, venceram. A Revolução triunfou. Como dizia Che Guevara: “O extraordinário virou cotidiano”.
Ao aceitar a proposta de Fidel Castro, Che desafiou a Grande Potência do Norte que há décadas dominava econômica e politicamente a ilha. Venceram, expulsaram os americanos e deram um “mau exemplo” para toda a América Latina.
É isso o que esbraveja a velha e resignada elite burguesa, doutrinada aos moldes do capitalismo. É essa verdade que certa revista brasileira e a mídia neoliberal desejam subverter. É esse exemplo que pasquins a serviço da classe opressora desejam apagar. Depois da malfadada campanha contra o MST, contra as ONG’s e contra todo e qualquer movimento social, eis que a revista Veja vem tentar subverter a verdade histórica, mas dá um tiro no próprio pé: Na passagem dos 40 anos da morte de Che Guevara ela diz: “Por suas convicções ideológicas, Che tem seu lugar assegurado na mesma lata de lixo onde a história já arremessou há tempos outros teóricos(...)”. Há dez anos atrás, no 30º aniversário da morte de Che, a revista tinha outra opinião: “Che Guevara (...) era bonito, destemido e morreu jovem, defendendo conceitos igualmente jovens, como a solidariedade e a justiça social”.
O filósofo francês Jean-Paul Sartre classificou Che como “o mais completo ser humano da nossa era”. Como escreveu Pablo Neruda, o poeta preferido de Guevara: "Podem matar as flores, mas, jamais acabarão com a Primavera".manel-rabelo@pop.com.br escreveu:
> A turma do Azeredo está suja como pau de

02 outubro 2007

SAIAM DA CASA DO POVO

lUCIANO *tchá* SOÁRES
Saiam da casa do povo!
Vocês não são dignos de ocupá-la

“Minha absolvição pelo plenário do Senado é uma vitória da democracia brasileira. Uma vitória de todos os que continuam acreditando na verdade e no sentido de justiça; uma vitória do Senado, que comprovou, através do voto, sua isenção e responsabilidade”. Esta afirmação é de Renan Calheiros, publicada em seu site dias após a sua absolvição.”.
“Uma vitória da democracia”, nisso eu concordo em número, gênero e grau. Para uma democracia como a nossa que premia os desonestos, isso só pode representar uma vitória mesmo.
Acontecimentos como esses cada vez mais vêm confirmar aquilo que eu já tinha plena convicção: Inocente aquele que ainda acredita que vivemos numa democracia.
No Brasil, se você quiser que seu filho tenha uma boa educação tem que pagar uma escola particular. Se você quiser ter um bom atendimento médico tem que pagar caro por um plano de saúde particular. Se você quiser ter acesso a uma estrutura esportiva tem que pagar um clube que a ofereça. Se você quiser viajar tem que pagar dois ou três pedágios, dependendo do lugar para onde você vá. Se você quiser ter uma moradia tem que entrar num daqueles financiamentos que se perdem de vista, correndo o risco de não conseguir pagar ou de não ver seu imóvel entregue. As casas são dotadas de grades, muros e cercas elétricas. Isso é liberdade? Seqüestra-se, rouba-se e mata-se a cada minuto. O trabalhador sai de casa cedo, enfrenta greve de ônibus, chega atrasado no serviço, é demitido, e quando volta para casa encontra o filho morto por bala partida. Isso é justo? Aqui existem milhares de pessoas passando fome, sem ter onde morar, crianças órfãs se drogando, prostituindo e aprendendo a assaltar nas ruas. Isso é democracia? Um país que obriga as pessoas a votar, a trabalharem nas eleições, a alistar-se em serviços militares, é um país democrático? Deixamos de ser um Estado paternalista e criamos um Estado carrasco do seu povo.
Sejamos realistas. Vivemos uma ditadura disfarçada de democracia. A ditadura do poder, a ditadura da corrupção. Votamos nesses caras sem saber que eles fizeram suas campanhas usando dinheiro de empresas que posteriormente seriam beneficiadas por eles. Eles praticam corrupção e se absolvem o tempo todo. Engordam suas contas bancárias com dinheiro que poderiam ser aplicados na saúde, educação, moradia, cultura e geração de emprego. Eu, que várias vezes fiz aqui campanha pelo voto consciente, agora cheguei à conclusão de que consciente é aquele que vota em branco. Farei isso. Não quero mais compactuar com esses bandidos. Apesar de ser possível encontrar algumas frutas boas nesse saco de podridão, não vejo mais funcionalidade para o Senado e o Congresso Nacional. Não vejo mais motivo para mantê-los funcionando, porque só trazem prejuízos ao país.
Está nas mãos do Supremo a última cartada contra o mal. O julgamento dos 40 mensaleiros será a última chance de livrar o Brasil do rótulo da impunidade. Independente desse resultado não acredito mais nesse país enquanto Estado. A economia dá sinais de vitalidade, mas a política já assassinou moralmente o país. Com exceção daqueles que, mesmo no poder, insistem em lutar contra a essa banda podre, digo aos senhores deputados e senadores: Vocês não me representam mais. Enquanto cidadão, exijo que se retirem da casa do povo, porque vocês não são dignos de ocupá-la. Se for para gritar sozinho o farei, mas não deixarei de cumprir a minha parte. Não quero mais vocês aí! Ou sairão pelo voto, ou sairão pela força. Creio que esta é a vontade do povo, mas poucos têm esse espaço para falar. Digo por eles. Não quero fazer aqui um discurso inflamado com objetivo panfletário, mas expressar o sentimento de toda uma nação. Vão querer distrair-nos com Big Brothers, novelas e outros lixos midiáticos, mas não conseguirão. É hora de assumirmos nosso sangue latino de revolucionários da justiça e da liberdade



* lUCIANO sOARES É ALUNO DE JORNALISMO NA fadom