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16 dezembro 2008

Carlos Lúcio,
Acessei e li seu artigo. Penso que uma questão grave da previdência é a desigualdade de proventos, como o de Sarney, que vc mencionou, e de ex-governadores, recebendo cerca de 22 mil. Tem também a aposentadoria de filhas de juízes (Maitê Proença - que não precisa - recebe a do pai, magistrado falecido. Ela não se casou formalmente para continuar recebendo, e entrou na Justiça pedindo aumento, de 21 mil para quase 23 mil.), e até hoje há filhas de militares, casadas ou já viúvas, recebendo pensão integral.

Há quem defenda a separação das despesas assistenciais definidas pela CF de 88 das efetivas do INSS, o que é correto. Editoriais dizem que só muda a conta, pois tudo é bancado pelo Tesouro. Verdade, mas não é justo deixar tudo nas costas da Previdência.
De fato, tirando os beneficiários da Loas, rurais, e idosos que não contribuíram, a Previdência, se for deficitária, é por pouco. Talvez por conta da sonegação e da informalidade.
O F.Previdenciário elevou a idade média de 48 anos para 53, se não me engano. Mas é fato que, quando a perspectiva de vida sobe, o gasto da previdência sobe junto. Aqui, no Japão, especialmente onde as taxas de natalidade são baixas, com envelhecimento da população.
É um tema que aflige a todos, e deve ser debatido ampla e abertamente, com artigos como o seu e outros, afins ou contrários.
Um abraço grande,
Luiz

15 dezembro 2008

representantes de que e de quem?

Representantes de quem e do quê?



· Carlos Lúcio Gontijo



MINAS GERAIS é um lugar estranho. Aqui a gente se conhece pelos outros, cujos comentários são elevados à ordem de análise superior. Ou seja, como no tempo do Brasil sob o domínio dos portugueses, nossos juízes ainda são de fora. Somos extremamente religiosos e metidos a precursores de movimentos libertários, mas assistimos passivamente às mineradoras moverem mais montanhas que a nossa propalada fé. E, nos dias de hoje, para sabermos do que realmente se passa no Estado, temos de recorrer a jornais editados em outros estados, pois os nossos veículos de comunicação se entregaram desabridamente aos interesses e caprichos governamentais.
CONTUDO, o distanciamento da realidade e da proximidade que nos diz respeito é fenômeno que se alastra Brasil afora, onde o Congresso abriga parlamentares que se alinham ao governo e oposicionistas que marcam sua posição na atuação de votar sempre contra ou dificultar as propostas do governo, em vez de trabalhar em torno da apresentação de projetos melhores em prol da construção de um Brasil melhor.
VIVEMOS neste momento a discussão de assunto fundamental para toda a população brasileira: o fim do fator previdenciário e a recuperação do valor das aposentadorias e pensões, que deixaram de acompanhar os aumentos concedidos ao salário mínimo. A desconsideração para com os aposentados ficou bem estampada na fala do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que, certa feita, refestelado na poltrona confortável de aposentadorias conquistadas precocemente, classificou os aposentados de “vagabundos”. O rótulo poderia passar em brancas nuvens se não representasse o sentimento de parte significativa das elites dirigentes, que têm como meta criar um aparato legal que apenas sirva para arrecadar e jamais pagar aposentadoria alguma – daí a história insistentemente propagada de que a previdência pública é deficitária e que é necessário aumentar o limite de idade para concessão de aposentadoria, levando-se em conta a longevidade média dos brasileiros.
A IDÉIA-BASE e inconfessável é mesmo não pagar aposentadoria. É tão grave o preconceito contra os aposentados que, em momento que se anuncia uma crise financeira, o governo imagina mil e um engenhos burocráticos para manter a produção e o consumo, mas não cogita nem leva em conta a possibilidade de pagar aposentadorias e pensões mais adequadas às necessidades dos brasileiros que já deram sua contribuição ao progresso do País e que, mais bem remunerados, elevariam o consumo do mercado nacional. Infelizmente, o aposentado brasileiro é visto apenas como matéria-prima para o crescimento das funerárias e cemitérios.
O SISTEMA previdenciário público é prova explícita da existência inócua da classe política que, definitivamente, não se atém à condição de representante do povo, pois se assim fosse jamais admitiria a aplicação de um instrumento tão cruel, esdrúxulo e antidemocrático como o fator previdenciário, que retira uma fatia de 30/40% do cidadão candidato à aposentadoria, o qual, além dessa condenação imposta como medida “legal”, sofrerá com a perda do valor de compra de seus proventos – já aviltados desde o início – com o passar dos anos.
INDUBITAVELMENTE, tal situação ocorre pelo simples fato de as elites não necessitarem da aposentadoria pública e viverem da renda que seus patrimônios materiais lhes propicia.
EXEMPLO de aposentado bem-sucedido e prova inconteste da irracionalidade do sistema de aposentadoria no Brasil é o ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP) – uma espécie de ícone nessa matéria. Sua condição privilegiada figurou até numa edição do The Wall Street Journal. O laureado político e acadêmico, autor de “Marimbondos de fogo”, segundo dados levantados em 14 de novembro de 1999, ferroava (e ferroa) o povo brasileiro em R$ 25 mil, graças aos cargos eletivos e no Tribunal de Justiça do Maranhão que exerceu. O senador, cuja aposentadoria veio aos 46 anos, não está só nesse berço esplêndido em que muitos se esbaldam e, se esconjurados por sua condição privilegiada, cometem a desfaçatez de dizer que são alvo de inveja dos que, por pura incompetência, não atingiram o nababesco status, que, dentro de suas mentes sociopatas, se encontra aberto e acessível a todos (?).
ENFIM, os políticos que não lutam pelo reordenamento de tão injusto sistema previdenciário e os jornais que se calam representam quem e a quê? É triste, mas a grande verdade é que o povo está literalmente a pé: os políticos pensam em fugir da crise de credibilidade construindo um túnel entre o Executivo e o Legislativo, com a finalidade precípua de melhorar o tráfego de influência; ao passo que os jornais, em vez de atraírem leitores, optam em atender aos que não lêem – e tome violência, sangue e mulher pelada, como se tudo pudesse ser resolvido com a publicação de fotos-legenda.
Carlos Lúcio Gontijo
Poeta, escritor e jornalista

29 novembro 2008

vozes da ditadura ainda ressoam




Vozes da ditadura ainda ressoam

* Carlos Lúcio Gontijo


Na pátria amada que nem parece minha/ Autoritarismo se transformou em tradição/ Cresce na pobreza de nosso campo social/ Feito democracia verde de erva daninha/ Que se aninha em lavoura malcuidada/ Os famintos se entregam à sua proteção/ E os privilegiados que o praticam/ Mesmo enfastiados, dele não abrem mão!!! (Lavoura malcuidada, poema editado em nosso livro AROMA DE MÃE, em 1993).


NÃO É preciso ser economista nem sociólogo para detectar que há uma pobreza urbana, de oportunidade, formada por pessoas que têm condições de trabalhar, mas não têm qualquer chance de exercer uma atividade remunera que lhes garanta o sustento digno. Contudo, todas as vezes que o governo brasileiro opta por políticas sociais compensatórias, para livrar da inanição as centenas de milhares de pessoas que experimentam os rigores da miséria absoluta, surgem críticas a esse tipo de medida paliativa, que, se não é solução, pelo menos é gesto cristão e necessário até que o deus-mercado dos neoliberais cresça e absorva o grande contingente de mão-de-obra disponível.
LEMBRAMO-NOS de Jarbas Passarinho, então ministro do Trabalho, em 1968, durante reunião ministerial: “A mim me repugna enveredar pelo caminho da ditadura, senhor presidente, mas, já que é inevitável, às favas todos os escrúpulos de consciência”. E, dentro dessa recordação lúgubre, gostaríamos que, em contexto mais palatável e altruísta, algum representante das elites dirigentes, que têm o mau hábito de “convocar” intervenção dos quartéis quando não mais conseguem contornar suas atrapalhadas administrativas, tivesse o mesmo destemor e entrega, quando o assunto fosse o combate à pobreza.
OU ENTÃO que se propusesse a defender o pão de cada dia para os pobres com o mesmo empenho com que defende as suas ideologias políticas radicais, a exemplo de fala do, à época deputado, Erasmo Dias, no plenário da Assembléia Legislativa, em 1991: “Eu continuo dizendo que mandaria matar comunistas hoje, ontem e amanhã. Eu almoço eles, antes que me jantem”.
INFELIZMENTE, os que ocupam altos cargos e poderiam mover forças em prol da maioria só se ocupam em se alimentar em pratos estranhos aos interesses coletivos, agir em causa própria ou em favor de grupos aos quais representam: bancos, empresários graúdos, mega-investidores e especuladores financeiros, como agora assistimos acontecer em nome do saneamento da crise eclodida pelo ovo da serpente germinada pelo mercado imobiliário norte-americano.
PODE PARECER ilógico relembrar tempos da ditadura militar, mas precisamos nos alertar no tocante à repressão social disfarçada, ungida pelas urnas, que é muito mais abrangente e detentora de uma desmesurada capacidade de torturar cidadãos por meio da promoção programada da desigualdade, da ignorância, da discórdia e da miséria.
HÁ, PELO BATIDO da lata política e carruagem em que trafegam os senhores de terra, engenho e riqueza, uma espécie de premunição coletiva de que os governantes são sempre capazes de ampliar o fundo do poço sem fim, tornando realidade frases como a do ex-presidente Castello Branco, dita ao deixar a Presidência, em 13 de dezembro de 1968: “Vocês ainda vão sentir saudades de mim”.
HOJE, diante do acirramento do imbróglio político, que coloca o presidente eleito democraticamente no fio de navalha afiada pela grande mídia, rebaixada a partido político em vez de se manter como poder moderador e porta-voz da população, levanta-se entre nós uma outra frase-vaticínio, emitida pelo ex-presidente João Baptista Figueiredo (em 1987), que, de além-túmulo, põe em xeque o arremedo de democracia em que vivemos: “A grande falha da revolução foi ter me escolhido presidente da República. Eu fiz essa abertura aí, pensei que fosse dar numa democracia, e deu num troço que não sei bem o que é”.
Carlos Lúcio Gontijo
Poeta, escritor e jornalista
(http://www.carlosluciogontijo.jor.br/)

07 novembro 2008

“DEIXEM A QUESTÃO
IMPORTANTE PREVALECER”

*Carlos Lúcio Gontijo

Um batalhão de jornalistas brancos do Brasil, a segunda maior nação de população negra depois da Nigéria, foi convocado para cobrir a vitória do democrata Barack Obama, eleito o primeiro presidente negro dos Estados Unidos, como ressaltam todas as manchetes. Os brasileiros assistimos embevecidos e sem compreender muito bem as imagens televisivas acompanhadas de comentários que se prendiam o tempo todo à importância política do resultado, sem emitir considerações sobre o exemplo cabal de oportunidades iguais para todos os cidadãos, independentemente de ideologia, religião, cor de pele e tantas outras variantes da formação humana, que estava embutido e claramente descortinado no palco das eleições norte-americanas.
A olhos vistos e silenciosamente, o povo brasileiro tomou, mais uma vez, consciência do racismo subjetivo que corrói a alma do País, subtraindo aos negros a possibilidade de ascensão socioeconômica mais densa, natural e espontânea, em vez de falsa inserção à moda de peças comerciais, nas quais eles aparecem, feito cereja no bolo, em cumprimento à filosofia do “politicamente correto”. Enfim, a realidade é que vivemos em uma nação de negros e mestiços sob o império de economia de brancos.
A extrema valorização dada à questão étnica foi tratada por nossos veículos de comunicação como se não tivesse nada a ver conosco, enquanto todos os leitores, ouvintes e telespectadores perguntavam a si mesmos pelos negros brasileiros, indagando onde é que eles estavam (e estão) – além, é claro, da condenação à pobreza endêmica e às masmorras prisionais.
Imperceptivelmente talvez, devido ao grande espaço dado às eleições norte-americanas pelos órgãos de comunicação, a população brasileira tenha constatado que o fato de sermos detentores de urna eletrônica inexpugnável é apenas um simples detalhe, quando não dispomos de partidos políticos fortes e fechados à inscrição de integrantes desqualificados e mal-intencionados; quando a imprensa se nos apresenta dependente das benesses públicas; quando voto obrigatório cria o eleitor cativo e desinformado, para alegria dos maus políticos, que assim ganham condição de concorrer com candidatos compromissados com o bem coletivo.
Acreditamos que precisa ser adotada no Brasil, como campanha institucional sem data para terminar, a circulação de idéia direcionada à sensibilização de todos os cidadãos no tocante ao exercício da verdadeira igualdade social e à prática do amor ao próximo apregoado por Jesus Cristo. Falamos, no caso, de um pôster, com os traços étnicos de Obama e McCain propositalmente trocados e acompanhados da legenda “Let the issue be the issue” (deixe a questão importante prevalecer), que foi estendido pelos EUA afora, conclamando os eleitores a desprezarem e não levarem em consideração a questão étnica. Aqui, entre nós, a aplicação de tal medida não seria para eleger um presidente negro, mas tão-somente para espargir a mensagem de que é necessário criar condições reais para abrir a porta da casa grande – que foi privatizada – à imensa turma do pelourinho socializado, que resiste ao tempo e se acha instalado por todos os cantos e recantos da nação brasileira.
Carlos Lúcio Gontijo
Poeta, escritor e jornalista
www.carlosluciogontijo.jor.br

04 outubro 2008

a cezar o que é de cezar

É DIFÍCIL votar ou ser eleitor no Brasil, pois os partidos não têm qualquer controle de qualidade, gerando a oportunidade de formação de câmaras municipais, assembléias estaduais e parlamento nacional tão despreparados quanto capazes de se transformarem em fator de risco para a população, uma vez que costumam elaborar leis que são um verdadeiro atentado contra a harmoniosa e necessária convivência em sociedade.
AINDA AGORA, contrariando a indispensável separação do Estado de toda e qualquer igreja ou denominação religiosa, assistimos ao desenvolver de esforços por pate de determinados políticos defensores de projeto de emenda de lei abraçado rcom entusiasmo pelo bispo Marcelo Crivela, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, por meio do qual os recursos que, hoje, são destinados à combalida cultura nacional receberiam a concorrência da “sacolinha” das igrejas. Ou seja, a construção, a reforma e a manutenção dos templos, incluindo os salários devidos aos religiosos, seriam situações e fatos equiparados ao lançamento de livros, criação e montagem de peças teatrais, composição musical, manifestações folclóricas, restauração e conservação de centros históricos etc.
INFELIZMENTE, essa medida retrógrada e atentatória à cultura e às artes, maculando o próprio princípio da liberdade religiosa, pode terminar alcançando êxito, pois a bancada evangélica é numerosa e sempre se nos apresenta disposta a unir-se em torno de seus interesses e, assim, tirar proveito do fisiologismo político, que é tão intensamente praticado nas hostes congressuais que contribuiu para a desmoralização de bem-intencionada assertiva franciscana, na qual nos deparamos com a pregação de que “é dando que se recebe”.
A POPULAÇÃO precisa mobilizar-se para impedir que o Estado brasileiro deixe de ser moderna e constitucionalmente laico, pois, pelo andar da carruagem, ou melhor, do andor, nosso parlamento está fadado, em breve, a se reunir – revivendo o período do obscurantismo da Idade Média – para julgar e levar cidadãos à fogueira de inquisições extemporâneas, fora de época e certamente modernizadas, utilizando-se de avançado forno crematório patrocinado por verbas públicas, então legalmente auferidas e garantidas pelo Projeto de Emenda à Lei Rouanet, que como está posto carreará muito dinheiro para as igrejas e, ao mesmo tempo, abalará a fé do povo no Estado, que deveria cuidar somente do que lhe diz respeito, à maneira do ensinamento de Jesus Cristo: “A César o que é de César. A Deus o que é de Deus”.
E, NESTE MOMENTO, parafraseando o pensamento de Cristo, diríamos: à Lei Rouanet, a cultura que lhe compete patrocinar, incentivar, proteger e entronizar no altar da consciência do povo brasileiro.
Carlos Lúcio Gontijo
www.carlosluciogontijo.jor.br

21 agosto 2008

À probreza, a cova rasa






À pobreza, a cova rasa!

Carlos Lúcio Gontijo



TODO SER humano gerado sob o signo da pobreza material, educacional e até mesmo espiritual fere os princípios básicos da dignidade, contrariando os desígnios naturais ao transformar e colocar, irresponsavelmente, em segundo plano as exigências mínimas para a formação de elemento humano – o cidadão – útil à sociedade e ao fortalecimento da plena e harmoniosa convivência em comunidade.
A INIQUIDADE econômica tem feito filhos órfãos de pais vivos. São crianças e adolescentes que crescem perambulando pelas ruas e sem qualquer oportunidade de formação cultural ou alguma absorção de regras e valores estabelecidos pela sociedade em que vivem; sem discernimento nem racionalidade, fatores que diferenciam os homens dos animais. E não há "crescei e multiplicai-vos" que se sustente sobre esse horizonte imoral, perverso e anticristão, através do qual se construiu uma espécie de sub-raça, para a qual a sociedade dita organizada reivindica castigo, prisão e morte.
NA REALIDADE, as comunidades são formadas por leis expressas e tácitas, dentre as quais encontramos comportamentos estranhos e decisões inconfessáveis que afetam os padrões da moral e da decência, mas que são aceitos e praticados, de forma inconsciente, em nome do compromisso com a sobrevivência. Assim, a sociedade não apenas assistiu ao crescimento da pobreza e da miséria absoluta como também passou a ver nos desassistidos uma espécie de cidadãos de segunda ou mesmo terceira categoria, exatamente pela falta de acesso aos instrumentos de socialização e cidadania.
SOMENTE ESSE indisfarçável fenômeno de rejeição explica a fria repercussão de freqüentes denúncias da Anistia Internacional – e outros institutos de prestígio e credibilidade –, que em documentos oficiais estima que, no Brasil, pelo menos uma criança morre por dia assassinada por esquadrões da morte. A proliferação dos meninos de rua, que tanto se prostituem quanto aderem ao crime como meio de sobrevivência, acabou por levar a um aumento dos assassinatos praticados, muitas vezes, por policiais fora do serviço. Assinalam, ainda, os relatórios da Anistia numerosos casos de meninos e adolescentes que são surrados, torturados e mutilados por agentes policiais, a exemplo de caso ocorrido em setembro de 1990, no Rio de Janeiro, onde três meninos recolhidos pela Polícia Militar, sob suspeita de tentarem assaltar uma loja, foram obrigados a jogar roleta-russa com um revólver – e um deles, de apenas 13 anos, morreu com uma bala na cabeça, semeando o quadro de violência perpetrada por milícias sangüinárias (primeiramente aplaudidas às escondidas por acomodados homens de bem dispostos a jogar a pobreza na indigência de uma cova rasa) a que presenciamos nos dias de hoje e levando a sociedade, atônita e fingindo inocência, a se perguntar: "mas, de onde veio tanta fúria, tanta insensibilidade e desapreço pela vida?"
TAL PROBLEMA jamais seria tomado como constatação de intensa gravidade, ou de difícil solução, caso representasse apenas a falta de preparo e sensibilidade de alguns policiais ou de determinadas autoridades brasileiras, porém o fato é que aí está implícito o desejo silencioso da sociedade, sempre ansiosa por desfazer de aflições, agruras e problemas que lhe custam ou poderiam custar o sacrifício econômico da divisão e distribuição menos draconiana da renda e da riqueza nacional.
PARA O bem de todos, é necessário que a constatação do absurdo não fique apenas na perplexidade e no desabafo de alguns, apontando o drama experimentado pelas crianças e adolescentes brasileiros pobres como um explícito caso de infanticídio, pois a situação exige que governo, sociedade e igrejas discutam e se acertem em relação a questões polêmicas como controle de natalidade e assistência mais efetiva ao menor desamparado, uma vez que o crescimento da população continua mais elevado entre os mais pobres e, mesmo que o Brasil se encaminhe para o sonhado espetáculo de contínuo crescimento da economia, não seremos capazes de esconder nem conter a fome e o sangue derramados nas calçadas de nossas cidades, que insistem em se nos apresentarem repletas de luzes e vitrines iluminadas em meio a escuridões cada vez mais espessas e tenebrosas.
Carlos Lúcio Gontijo
(www.carlosluciogontijo.jor.br)

19 agosto 2008

futebol é coisa de mulher

oi pessoal,
aquilo que vimos hoje é o futebol melhor do mundo com 5 títlulos mundiais e com os melhores jogadores do planeta?
futebol brasileiro não é o que aqueles chutadores bola mostraram não: As meninas do FuteboL olímpico, elas sim, mostram o que é categoria, belo futebol. arte, garra no esporte mais querido no Brasil. As meninas do futebol é quem o melhor futebo do mundo: os marmanjos que perderam prá Argentina hoje precisam aprender com elas.
emmanuel

a gratidão é tudo

car
A GRATIDÃO É TUDO

Carlos Lúcio Gontijo



HÁ ANOS, criticamos a inexistência de política cultural no Brasil, cujo governo se faz presente no setor por intermédio de instrumento de incentivo que apenas funciona, para os incansáveis autores, como autorização legal para captação de recursos junto à área privada, onde apenas as obras literárias e criações artísticas de fácil aceitação, ou apelo comercial, encontram o tão procurado abrigo, que só é alcançado por produtores culturais que são focalizados pelos holofotes da mídia. Dessa forma, a grande maioria dos que movem a arte brasileira não é contemplada pela lei de incentivo cultural. Se artista de qualquer segmento recorrer a uma empresa de reconhecido poder econômico, a pergunta que ele ouvirá é se o seu trabalho é de valor e importância nacional, não se atendo a política de liberação de recursos para a cultura à proximidade e à análise do engenho artístico como elemento espiritual capaz de contribuir para a melhoria do ser humano, que uma vez sensibilizado não comete nem se torna agente da violência que cresce Brasil afora, feito erva daninha em lavoura malcuidada.
VIEMOS de Santo Antônio do Monte, cidade localizada no Centro-Oeste de Minas Gerais, e estamos na estrada literária desde 1977, quando editamos nossa primeira obra. Não é fácil conseguir auxílio para a edição de um livro, tanto pela falta de hábito de leitura mais efetivo no Brasil, quanto pela mais absoluta má vontade de empresas e autoridades, que se fazem de surdas, mesmo quando estão na condução de órgãos ligados à cultura, que só é vislumbrada dentro do chamado grande evento, onde produtos passageiros (da moda) enchem praças públicas, como é tão comum observar em municípios do interior, que muitas vezes não dispõem sequer de uma biblioteca, cinema ou pequeno teatro, mas se dão ao luxo de despejar milhões em shows com a participação de figurões e seus populares “créus” musicais.
FIZEMOS ESSE preâmbulo apenas para dizer do nosso contentamento em constatar o resultado final de nossa espontânea aquiescência na cessão (sem ônus para o solicitante) do romance Cabine 33 para realização de vestibular na Faculdade de Administração de Santo Antônio do Monte (FASAM), no ano de 2005, atendendo a pedido de um de seus fundadores, o engenheiro Ronald Antônio do Couto e Silva. Naquela oportunidade, doamos àquela faculdade uma significativa quantidade de livros, que serviu inclusive para a realização de outro vestibular, em 2007, já sobre nova gestão.
POIS BEM, os anos se passaram e, agora, no momento em que necessitamos de apoio para a edição do nosso 12º livro, o romance Jardim de Corpos, Ronald do Couto, por livre e particular iniciativa, nos passou um cheque para nos auxiliar na difícil missão de imprimir mais uma obra literária, desta feita programada para ter mais de 300 páginas, 20 ilustrações, fotos etc. Confessamos, publicamente, a nossa emoção, pois vivemos em época da mais intensa indiferença, na qual o esquecimento e o virar as costas quando os interesses mudam – cobrando e exigindo outras fontes – são o comportamento comum a que a imensa maioria se permite. A bem da verdade, não estamos aqui louvando o desprendimento material do engenheiro Ronald, mas a grandeza de seu gesto iluminado pela gratidão – um sentimento cristão, que funciona como combustível da vida em sociedade e ao qual deveríamos cultivar, sob a certeza de que, sem ele, o que temos é o vale-tudo, a falta de amor ao próximo e a desvalorização da vida, que nada mais é que uma explícita prova de ingratidão para com o Criador.
Carlos Lúcio Gontijo
Poeta, escritor

26 julho 2008

PREVIDÊNCIA E INSENSIBILIDADE POLÍTICA

* Carlos Lúcio Gontijo

A QUESTÃO da Previdência Social precisa ser analisada com a devida sensibilidade e visão da importância do INSS para os trabalhadores, que vivem sob o temor de mudanças que os afetem tanto quanto o fator previdenciário, introduzido no governo Fernando Henrique Cardoso e que reduz o benefício da aposentadoria, quando solicitado, em cerca de 30/35%, pois incidem sobre os cálculos o tempo de serviço e a idade, levando o aposentado a jamais atingir o teto, hoje estabelecido abaixo de R$3 mil.
HÁ UM crescente pavor da sociedade em relação à Previdência Social, originado das constantes informações pessimistas propagadas pelo governo, que assim age para facilitar o encaminhamento da idéia fixa na promoção de medidas drásticas que conduzam à precarização dos benefícios previdenciários, esquecendo-se que o INSS é o mais abrangente dos mecanismos de distribuição de renda de que o Brasil dispõe. Há pequenas cidades que têm no aposentado o maior consumidor e milhares de famílias que têm como arrimo o sacrificado segurado do INSS.
DIANTE DE tantos anúncios de que o caos está próximo, colocando a Previdência Social como um sistema falido e praticamente sem saída, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) divulgou, recentemente, dados que contradizem as informações apocalípticas oficiais. Defende a entidade a tese de que a Previdência, desde a Constituição de 88, conforme definição dos artigos 194 e 195, passou a pertencer a um sistema mais amplo chamado Seguridade Social, que vem apresentando surpreendente e revitalizante superávit.
O COFRE único, além das contribuições previdenciárias, recebe recursos de outras fontes de receita, incluindo tributos como Cofins e valores arrecadados com os bilhetes de loteria. Ou seja, em síntese, as propostas de retirada de direitos dos trabalhadores, ainda que futuros, não se sustentam, pois são (ou seriam), segundo a CUT, fundamentados em uma falsa crise da seguridade social.
INEGAVELMENTE, a bandeira levantada pela CUT vem em boa hora, pois as previsões são de um rápido envelhecimento da população brasileira, que espera contar com o amparo de uma Previdência Social sólida e eficientemente gerenciada pelo governo, que precisa deixar de investir na propagação de imagem negativa do sistema público de previdência, sob a única meta de subtrair direitos dos trabalhadores privados.
COMPETE às entidades e associações ligadas à classe trabalhadora se moverem no sentido de defender o INSS, pois nossos representantes políticos não estão nem aí para o problema, uma vez que têm fontes de renda pra lá de suficientes para livrá-los do drama do atendimento médico experimentado pelo cada vez mais sucateado Sistema Único de Saúde (SUS) ou da dependência da concessão de minguada aposentadoria pela Previdência Social, que abriga a imensa maioria da população brasileira, à qual cabe tomar a decisão de criar, por intermédio da anulação em massa do voto, um fato novo capaz de acordar a classe política, que tem no cidadão-eleitor apenas a matéria-prima que lhe legitima o mandato, ao qual exerce em causa própria e distante dos desígnios democráticos que deveriam nortear as ações do Parlamento brasileiro – tão perverso quanto perdulário e insensível ao sofrimento do povo.
*Carlos Lúcio Gontijo
Poeta, escritor e jornalista
(www.carlosluciogontijo.jor.br)

antes que morramos





ANTES QUE MORRAMOS!

(*) Carlos Lúcio Gontijo

NÃO É fácil a obtenção de sucesso no combate ao consumo de drogas, pois as ações não estão atreladas apenas à ampliação da atuação das polícias militar e civil, exigindo intervenção na conjuntura social com o objetivo de democratizar o acesso ao ensino e ao lazer, como forma de livrar os jovens da falta de perspectivas e descrença em relação ao futuro.
O TRAFICANTE existe porque existe o consumidor e não é possível quebrar essa lógica sem fortalecer os mecanismos de proteção às camadas mais jovens, que, sem oportunidade de escola e emprego, se transformam em presas fáceis para os agentes do narcotráfico, que lhes acenam com dinheiro fácil como “vendedores” ou com o distanciamento passageiro da realidade dolorosa em que vivem, por meio do consumo e do vício.
RECENTE levantamento divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU) mostra que o Brasil está entre os países em que a demanda pela droga aumentou. A proporção da população brasileira entre 15 e 64 anos que consome cocaína passou de 0,4%, em 2001, para 0,7%, em 2005.
OS DADOS nos dão conta de que a população do Sul e Sudeste do Brasil é a que mais consome maconha, cocaína e drogas sintéticas, constituindo um contingente de 860 mil dependentes químicos. Essa lamentável revelação explica o porquê de a violência ter avançado de forma intensa entre os jovens, que tanto se envolvem em crimes considerados bárbaros quanto são vítimas da criminalidade. A tendência é nitidamente de aumento do consumo de entorpecentes – o que exige mais combate contra o narcotráfico, que leva muitos jovens à morte, infelicita e destrói lares, que são o sustentáculo da sociedade, ostentando tão divina e luzidia magnitude que Deus, ao colocar seu filho no mundo, optou por fazê-lo nascer no seio de uma família.
É POR demais entristecedora a constatação de que uma grande porcentagem de jovens entregues ao submundo do envolvimento com drogas advém de lares desestruturados, nos quais a falta de sintonia emocional e espiritual gera a impossibilidade de diálogo, fertilizando o desamor, numa comprovação explícita de que o amor é sentimento que, como qualquer semente, exige condições mínimas para prosperar. O problema da droga não é, portanto, diferente das demais questões sociais, que têm como pano de fundo e raiz o completo desrespeito a valores básicos para a convivência em comunidade, a começar da desvalorização da vida, fenômeno que se transformou numa espécie de alucinógeno sociopata, impulsionando o ser humano a desrespeitar, a agredir e até matar seu semelhante a troco de nada. Enfim, é claro que é necessário combater com energia todo esse estado de coisas, mas sobretudo é preciso ser colocada em prática uma educação para a vida, cuja duração efêmera só se nos revela quando dobramos a esquina e, surpresos, não reconhecemos a paisagem. Estamos mortos!
Carlos Lúcio Gontijo
Poeta, escritor e jornalista
(www.carlosluciogontijo.jor.br)

10 junho 2008

sobre DUDU Nicacio



http://www.otempo.com.br/otempo/colunas/?IdColunaEdicao=5797&busca=Dudu+Nic%E1cio&busca=Dudu+Nic%E1cio&busca=Dudu+Nic%E1cio





Ouro de aluvião no veio BH-RJ do sambaISRAEL DO VALEisraeldovale@uol.com.brO samba se renova a olhos vistos. E Minas Gerais [QUEM DIRIA!]é uma espécie de bússola destes tempos: uma vibração intensa, autoral inclusive, que deságua agora, com frescor, numa safra de compositores, intérpretes e instrumentistas de especial talento.Dois do Samba é a ponta deste iceberg. E demarca com "catiguria" um momento especialíssimo, de uma geração a um só tempo curiosa e reverente, que dialoga com o passado e redesenha limites e fronteiras. Geográficas, inclusive. Que abre picadas para uma via de mão dupla promissora.E insinua a ampliação de um eixo Beagá-Rio [exercitado, por exemplo, por Sergio Santos e Paulo César Pinheiro], desdobrado desde já por artistas como Aline Calixto [carioca convertida à mineiridade ainda na meninice] e Miguel dos Anjos [mineiro recém-abduzido pelo carioquismo], apenas para citar dois outros nomes de destaque, ambos prestes a lançar seus CDs de estréia, igualmente grávidos de conexões com o universo musical carioca."Dois do Samba", o disco, é o rebento inaugural desta bem-vinda confluência de interesses e cumplicidades do que se poderia chamar de geração zero40 -aquela que extrai do lá e cá na BR-040 o ouro deste novo veio do samba. Dois do Samba, o projeto, é o encontro das águas do mineiro Dudu Nicácio com o carioca Rodrigo Braga. Resume, como nenhum outro, o espírito de compadrio e cumplicidade destes tempos.Traz, na origem, o sentimento do samba como arte do encontro e do compartilhamento -a exemplo de dobradinhas clássicas como as de Baden Powell e Paulo César Pinheiro, de Baden e Vinicius, Wilson Moreira e Nei Lopes, Moacyr Luz e Aldir Blanc.Dudu Nicácio e Rodrigo Braga resumem, em torno de si, uma confraria de afinidades. Mineiro de Oliveira radicado em Belo Horizonte, Dudu carrega no DNA um histórico familiar de relação com o meio artístico em geral e o samba em particular. Herança do pai, diretor de teatro e de duas escolas de samba em sua cidade natal -e o velho Nicácio, lá do firmamento, mantém-se ativo como inspirador, com o nome estampado no teatro municipal e na quadra de uma das escolas de samba de Oliveira.Ator, palhaço e músico por devoção, advogado por profissão, Dudu tem o engajamento dos defensores de pequenas causas e a malícia e o carisma da vida vivida -talhada musicalmente, desde a infância, em serenatas pelas ruas de sua cidade. Carioca de Campo Grande, Rodrigo aprendeu a marcar compasso na companhia do pai, maquinista do circuito Oswaldo Cruz >Madureira de trem. Pianista e diretor musical [dentre outros, do Jongo da Serrinha do saudoso Seo Darcy], compositor de mão cheia [parceiro de artistas como Seu Jorge], Rodrigo é um letrista e intérprete de malandragem inata, no jeito e na voz.Todas as músicas de "Dois do Samba" foram compostas em Belo Horizonte, onde os dois se conheceram nas expedições de Rodrigo para registrar seu piano na [delicadíssima e soberba] estréia em disco de Dudu -uma parceria com a [EXCEPCIONAL!]cantora Leopoldina [que grava atualmente o primeiro solo, parcialmente dedicado ao samba]. Artífices do que traduzem como a "aventura do cotidiano", Dudu Nicácio e Rodrigo Braga fazem deste Dois do Samba um bate-bola criativo e bem-humorado com alto teor de vida real. Cronistas de seu tempo, extraem graça de tudo e todos -em nome da flor, da dor, do amor, do elevador. "Dois do Samba" é um disco cheio de atributos e participações -de músicos do Rio, sobretudo [e participações luxuosas como a de Dona Sú do Jongo e Casuarina], mas também de Beagá [do virtuosismo pé-no-chão do cavaquinhista Warley Henrique à contundência do coro das Meninas de Sinhá -recém-ganhadoras do prêmio Tim].Um encontro geracional orquestrado pela produção do próprio Rodrigo Braga, numa dobradinha determinante com Tiago Mocotó - dono de um disco solo surpreendente que o eleva a bem mais que "irmão de Gabriel, o Pensador". Craque do jogo de palavras e percussionista feroz, Mocotó maneja sobretudo o lado mais batuqueiro do disco -um grande passeio pelo samba crioulo, o samba-de-roda, o jongo e o maxixe, com forte pendor para o partido alto."Dois do Samba" é um disco pra frente e pra cima. Pra frente, porque acolhe ao universo do samba uma nova geração, que o impulsiona de novo, com elegância, a partir do diálogo com o passado; pra cima, porque é difícil não se sentir à vontade, no boteco afetivo de cada um, e sair cantarolando refrões --que caberiam com naturalidade na boca de Martinho da Vila ou Zeca Pagodinho.E basta um deles [do hit certeiro "Samba Morena"] para mostrar como os meninos são abusados: "Eu vou comendo quietinho/ como um bom mineiro/ com fé em Santo Antônio/ eu vou seguir solteiro". Precisa falar mais?Israel do Vale, 40, diretor de programação e produção da Rede Minas, escreve neste espaço aos sábados. israeldovale@uol.com.br

29 maio 2008

aécio neves censura imprensa

veja esse vídeo e o espalhe entre seus contatos. é a democracia tucana
http://br.youtube.com/watch?v=R4oKrj1R91g

27 maio 2008

desabafo de uma lutadora

é o deabafo de alguem que luta incansavelmente contra a injustica e pelos Direitos humanos.


Saudades de todos vocês.Mudei novamente de endereço.Estou sem conexão.Os processos se arrastam na justiça.Acordo pensando em todos que como eu vivem o desespero de serem perseguidos por serem testemunhas, por denunciarem.Todos os dias oro por pessoas que lutam pelos Direitos Humanos neste país.Perdemos a nossa liberdade, perdemos o direito de ter uma cama confortável, um lar seguro.Perdemos o direito de ter endereço fixo.Vivemos sob a mira das ameaças.Somos arquivos vivos.Estamos vivos enquanto as informações não são alcançadas.Peço a todos que olhem por aqueles que se entregam a suas causas. Sei que não sou a única. Temos Ana Bruni guerreando contra a falta de vergonha da justiça em Itacaré, Bahia.Temos Daniel Ponte que exige dignidade para os mortos que chegam ao IML do Rio de Janeiro. Temos Beatriz Abagge que sofreu horrores antes de qualquer julgamento.Eu continuo perseguida e em local ignorado. Esta é a minha opção pois não quero ficar na casa das testemunhas. Daniel Ponte também não quer.A vida que escolhemos não é boa.Aparece muita gente que oferece o ombro e retira da mesma forma.Mas existem amigos dos quais nos orgulhamos, gente que é gente, gente brasileira.Eu agradeço a todos os amigos. Os certos e os incertos.Um grande beijo no coração de todos.Vera Mattos

22 maio 2008

papo entre leonardo Boff e o dalai lama

BREVE DIÁLOGO ENTRE O DALAI LAMA
E O TEOLÓGO BRASILEIRO LEONARDO BOFF

Leonardo Boff explica:
"No intervalo de uma mesa-redonda sobre religião e paz entre os povos, na qual ambos participávamos, eu, maliciosamente, mas também com interesse teológico, lhe perguntei em meu inglês capenga:

- "Santidade, qual é a melhor religião?"
Esperava que ele dissesse:
- "É o budismo tibetano ou são as religiões orientais, muito mais antigas do que o cristianismo."
O Dalai Lama fez uma pequena pausa, deu um sorriso, me olhou bem nos olhos, o que me desconcertou um pouco, por que eu sabia da malícia contida na minha pergunta.

- e ele afirmou:
- "A melhor religião é a que mais te aproxima de Deus. É aquela que te faz melhor."
Para sair da perplexidade diante de tão sábia resposta, voltei a perguntar:
- "O que me faz melhor?"
Respondeu ele: (e então eu senti a ressonância tibetana, budista, taoísta de sua resposta),
- "Aquilo que te faz mais compassivo aquilo que te faz mais sensível, mais desapegado, mais amoroso, mais humanitário, mais responsável... A religião que consegue fazer isso de ti é a melhor religião..."
Calei, maravilhado, e até os dias de hoje estou ruminando sua resposta
sábia e irrefutável."

09 maio 2008

DILMA ROUSSEF E AGRIPINO MAIA – A MULHER QUE NÃO É BOLA PARA SER ENCAÇAPADA


Laerte Braga


O senador José Agripino Maia, do DEMocrata do Rio Grande do Norte, em 1979, em plena ditadura militar, filiou-se ao PDS que sucedeu a ARENA, partidos do regime de terror implantado no País em 1964.
O senador descende uma família que se alterna no comando do seu estado ao longo de décadas, no velho esquema de oligarquias que juntam latifúndio e empresários no Nordeste do País.
Houve um tempo que a gente da FIESP/DASLU costumava dizer que para o Brasil crescer era necessário “doar” o Nordeste para livrar-se de um “peso”. Eu me recordo que a cantora Elba Ramalho, um exemplo de ser humano, deu uma resposta devida e precisa sobre o preconceito manifesto contra nordestinos.
Euclides da Cunha, engenheiro, militar e escritor, deixou a afirmação “o sertanejo é antes de tudo um forte”.
É claro que ao longo da história do Brasil figuras como Agripino Maia, que nunca trabalharam na vida, ou fizeram coisa alguma que não beneficiar-se do poder (os Andradas, por exemplo, vieram para o País em navio chapa branca junto com a família real como afirma um amigo que muito prezo), não pode pensar diferente do que ele pensa.
É um dos donatários dos grupos que escravizaram durante séculos o Nordeste e tentam manter esse poder a todo custo.
Integra a corte, a elite, faz parte da pior espécie de gente que existe. A que não tem princípios e nem valores. São a um só tempo, embora possa parecer um contra senso, amorais e imorais.
Foi por isso que com aquele olhar cínico, debochado, imperturbável de todo mau caráter, que fez a pergunta que fez a uma figura humana notável, a ministra Dilma Roussef.
Dilma, como tantos brasileiros, pegou em armas contra a ditadura. Como tantos brasileiros passou anos presa quando foi submetida a torturas violentas e degradantes e se manteve altiva, corajosa, íntegra e acima de tudo humana.
Maia não sabe nem o que isso quer dizer. Altivez, coragem, integridade e ser humano. Nunca teve e nunca foi.
A resposta da ministra Dilma Roussef dada ontem ao senador (putz, é o cúmulo isso) resgata o notável valor da mulher brasileira, mas acima de tudo, do ser humano capaz de se manter como tal, não importa quantas pastas tenham sido abertas e nelas guardadas as mentiras e as montagens seja da ditadura, seja de figuras como Maia, ou de quem quer que seja, no modelo desumano, cruel e perverso de hoje.
O que transforma o real em irreal.
A resposta de Dilma Roussef deveria ser exibida em cada escola do País, em cada casa, para que cada jovem e cada cidadão pudesse ter diante de si uma realidade que tentam ocultar a qualquer preço, pois não querem seres humanos, querem robôs. E pudessem enxergar e perceber que aqui existem pessoas cuja bravura e caráter são reais
Pode ser vista e ouvida

08 maio 2008

DIA DAS MÃES E ABOLIÇÃO

Carlos Lúcio Gontijo


O ADVENTO da globalização comercial, combinado com a supremacia das leis de mercado sobre a gestão do Estado, veio agravar não apenas as condições sociais de um elevado contingente de pessoas, mas também trazer de volta o acirramento da questão racial, uma vez que assistimos, hoje, a uma abertura sempre insuficiente de novos postos de trabalho, principalmente pelo fato de o crescimento econômico, dentro de um quadro de produção informatizada, não ter mais correlação com a absorção de mão-de-obra humana com direitos garantidos e carteira de trabalho assinada.
DESSA FORMA, alastra-se mundo afora uma competição sem precedentes pelo emprego, havendo o registro de muitos casos de perseguição a estrangeiros e a determinados grupos étnicos. Não poderia, portanto, o Brasil, integrado à conjuntura formada pela globalização econômica, escapar ileso, ainda mais que temos um passado histórico em que a escravidão dos negros era não somente legal, mas um comércio que chegou a representar quase 30% das importações brasileiras entre os anos de 1841 e 1850.
CULTURALMENTE, nossa propalada democracia racial não conseguiu vencer a enorme gama de preconceitos que se firmou ao longo dos anos em que se tomou como legítima a escravização dos negros. E isso não é uma mácula existente só no Brasil, pois nos Estados Unidos, país que conta com o salutar avanço de candidatura de cidadão negro à Presidência da República, a mesma nódoa de intolerância mancha o tecido social norte-americano, onde, vez por outra, ainda ocorrem incidentes e mortes originários de confrontos raciais.
A ABOLIÇÃO da escravatura – comemorada a 13 de maio no Brasil e que ocorre, neste ano de 2008, dois dias após a comemoração do Dia das Mães (domingo, 11) – deve transformar-se em um momento de reflexão, pois o racismo permanece, em pleno século XXI, uma realidade vergonhosa a ser enfrentada pela humanidade dita civilizada.
DADOS ECONÔMICOS levantados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nos revelam a fria indiferença da sociedade diante da situação de nossos irmãos negros, que são em menor número no mercado de trabalho formal, percebem os menores salários e são, em ambígua constatação, a maioria em tempo de dispensas movidas por ambiente econômico desfavorável ou pela introdução de novos equipamentos tecnológicos nos meios de produção, sinalizando-nos que a pátria brasileira precisa trabalhar e esforçar-se muito mais, para ser, indiscriminadamente e em conformidade com a letra do hino nacional, a gentil mãe de todos.
Carlos Lúcio Gontijo
(www.carlosluciogontijo.jor.br)

03 maio 2008

revolucionarios de araque

REVOLUCIONÁRIOS DE ARAQUE

Carlos Lúcio Gontijo


É TRISTE chegarmos à conclusão de que alguns dos que foram elevados à condição de heróis, durante o período de arbítrio militar, estejam, hoje, reivindicando indenização aos cofres públicos, por seu ato de bravura e resistência, do qual fizeram marketing pessoal e, desde a retomada da democracia, são figuras carimbadas em matéria de proximidade com os parcos recursos destinados à área cultural, onde muitos deles transitam fagueiros e luzidios.
CONTUDO, não-contentes de se alimentarem da escuridão ditatorial, talvez contaminados pela penumbra por ela irradiada, optaram por apresentar à Nação brasileira uma espécie de corpo de delito revolucionário extemporâneo, reclamando por possíveis danos materiais sofridos, apesar de terem construído parte de seu sucesso profissional sobre o alicerce de ex-combatentes do regime ditatorial militar instaurado em março de 1964, que lhes rendeu, ao terminar, o privilégio de ter todas as portas abertas para o prosseguimento de suas vitoriosas carreiras, sob a notoriedade patrocinada pelo rótulo de ex-cassados, ex-perseguidos, ex-exilados e por aí afora.
DESSA FORMA, dentre os seus males, a ditadura militar se nos revela, agora, uma grande incubadora de aproveitadores travestidos de revolucionários e idealistas, que, pelo que sabemos, têm no cumprimento de seu idealismo a própria remuneração, pois, quando isso não basta em pagamento à voluntária missão patriótica, temos o surgimento dos mercenários – os que se prestam a lutar ou defender causas por dinheiro.
É PARA LÁ de lamentável assistirmos ao pagamento, pelo Estado, de indenizações milionárias – completamente fora dos padrões experimentados pela imensa maioria dos brasileiros – a pessoas que se propuseram, espontaneamente, a lutar contra arbitrariedades, injustiças e desigualdades em nome do povo.
ENFIM, a verdade que ora pontifica é que, muitas vezes, o combatente tanto ganha a face quanto adquire os mesmos hábitos e comportamentos da fera à qual perseguia e, mais tarde, se nos apresenta portador de idêntico veneno letal. E, por falar em coisa peçonhenta, cuidamos de encerrar este nosso artigo com um poema antigo, intitulado Decreto-lei e que se encontra inserido em nosso livro Cio de Vento, editado em 1977, quando nos "empasquinhávamos" e tecíamos loas aos que se opunham à ditadura militar: A ferida da folha que cai/ Não arde ao sopro do vento/ Então, antes que tarde, Pai/ Decretai ao povo alento pleno/ Sem o veneno dos parlamentos.
Carlos Lúcio Gontijo
www.carlosluciogontijo.jor.br

01 março 2008

cinco dedos e sebo

> "CINCO DEDOS" E SEBO> *Carlos Lúcio Gontijo> Inicio este artigo com versos de Fernando Pessoa ("O valor das coisas não > está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por > isso, existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas> incomparáveis"), que nada têm a ver com o mundo da política e dos poderes > da República brasileira, onde os que se encontram no comando desejam se > eternizar em seus cargos, uma vez que, com raríssimas exceções, mesmo com > seus diplomas, títulos e honrarias, eles não subsistem sem o mandato, sem > a toga, sem o posto burocrático, por lhes faltar sensibilidade, tolerância > e sentimento de igualdade (e fraternidade) na convivência com a sociedade > como um todo.> Como no tempo do Brasil-colônia, nossos juízes de maior credibilidade > ainda são de fora. Bem recentemente, organismo internacional nos colocou > como campeões em racismo e preconceito, apesar de toda a nossa decantada > miscigenação e propalada fé cristã. Isso porque nossas elites dirigentes > aceitam o Carnaval, mas não a democratização da economia, que permanece > branca em país de pretos e mulatos.> Tal procedimento comportamental explica a indisfarçável idiossincrasia > (e explícito desrespeito) de determinados setores contra o presidente > Lula, sempre exagerando em críticas de cunho particular e pessoal, pois > para eles só deve ter assento em Brasília gente proveniente da "Casa > Grande" - mandatários que tenham "cinco dedos".> Está cada vez mais cansativo assistir aos telejornais da televisão, onde > os apresentadores se excedem na expressão de ira e nos beicinhos de ironia > contra o governo Lula, ao passo que o Congresso atua tão-somente em nome > da próxima eleição, na base de que se danem a Nação e a próxima geração. > Vergonhosamente, o instituto da Medida Provisória só existe porque > possuímos um Parlamento avesso ao dever constitucional de legislar com > agilidade e, principalmente, espírito público e compromisso com o País. A > verdade absoluta é que, enquanto base aliada e oposição se engalfinham no > Congresso, sob os holofotes de uma mídia "bigbrothernizada" e predisposta > a cobrir o lixão imprestável em vez de noticiar o Brasil que cresce e > progride às custas do trabalho de seu povo, o governo tem que governar, ou > melhor, engendrar mecanismos que lhe garantam condições mínimas de > governabilidade.> Agora, retornando à literatura e à poesia com que iniciei esta > explanação, eu me recordo do grande e esquecido poeta mineiro (de Santo > Antônio do Monte) Bueno de Rivera, que, certa feita, ao me entregar o > prefácio para uns de meus primeiros livros, disse: "Filho, quando seus > livros chegarem ao sebo, é sinal de que você construiu carreira literária > nesse Brasil de poucos leitores" - e, para minha alegria, constatei que há > vários exemplares de minha obra em sebos de Belo Horizonte, anunciados até > em sites. Ou seja, de alguma maneira, já estou na memória da literatura e > escolhi, para manifestar o meu contentamento, o blog do amigo Emmanuel > Rabelo, nosso querido Emmanuelzinho, que, embebido em extrema brasilidade, > procura apresentar ao público o Brasil que a gente não vê nos meios de > comunicação, onde o objetivo, desde o primeiro mandato do atual governo, é > mandar o presidente Lula, a todo custo, para o cadafalso da cassação > política, oferecendo sua cabeça aos que há séculos - desde o > descobrimento - mandam no País e que descobriram que nada são distantes do > poder. Em síntese, ao contrário de meus livros, eles não têm vida no sebo!> Carlos Lúcio Gontijo> www.carlosluciogontijo.jor.br>>

17 fevereiro 2008

víboras!!!!

Dom Demétrio Valentini *
A última sessão do Senado, que votou a CPMF, podia ter sido realizada no Butantã. Assim mesmo, não é certo que este Instituto, incumbido de recolher as cobras venenosas do Brasil, teria em seu catálogo tantos exemplares quantos seriam necessários para classificar as serpentes que foram destilando seu veneno durante a sessão de quarta-feira.
Nesta época de advento emerge a figura austera de João Batista. Com sua autoridade interpelava os peregrinos, convidando para a conversão de vida. Se nesse dia ele entrasse no Senado, com certeza advertiria a todos, alertando que é hora de criar juízo, e de trabalhar para o bem do país, e não para defender interesses próprios.
Diz o Evangelho que João admoestava a todos, com serenidade e firmeza. Mas quando se aproximaram os fariseus e os saduceus, seu espírito se encheu de indignação. Não mediu palavras para repreendê-los. "Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira que se aproxima?"
Entrando no Senado, o Batista teria a mesma reação, ao se deparar com duas bancadas que pareciam vestir a carapuça dos fariseus e saduceus, tal seu grau de malícia e sua falta de sinceridade.
"Fazei obras que realmente provem vossa conversão!", pedia João Batista. "Fazei leis que realmente sirvam para o bem do povo, e não fiqueis brigando pelo poder, cada qual tentando armadilhas contra o outro!"
A maneira como foi realizada a sessão da CPMF serve de exemplo típico do farisaísmo político. Diz uma coisa, mas na verdade está pensando em outra. Alega nobres objetivos públicos quando, de fato, tenta criar obstáculos para inviabilizar soluções e, assim, ampliar as chances de se beneficiar das dificuldades.
Com certeza, o episódio foi mal conduzido, em primeiro lugar pelo próprio Governo. Não se vai ao Butantã com chinelos de dedo! Faz parte da previdência governamental prevenir as dificuldades, e contorná-las em tempo, para não expor o interesse público ao jogo partidário dos congressistas.
Mas, é evidente que faltou sinceridade e racionalidade na discussão da matéria.. Isto impediu de analisar os méritos deste tipo de "imposto", que precisava da autorização qualificada do Congresso para continuar sua vigência.
Todos os Senadores sabiam que o Governo está prestes a propor uma profunda reforma tributária. Toda reforma tributária causa apreensões sobre o alcance exato das mudanças a serem feitas. Tanto mais era conveniente aprovar a renovação da CPMF, cuja arrecadação serviria de segurança mínima e de tranqüilidade administrativa, enquanto se aprovaria a reforma tributária. Mas nada disto foi levado em conta pelos que obcecadamente se posicionaram contra a proposta do Governo.
Nem se teve a tranqüilidade para avaliar os aspectos positivos da CPMF, que poderiam ser incorporados à nova legislação tributária. O "importo do cheque" revelou virtudes surpreendentes. E' "imposto" que ninguém pode sonegar. É o único que até o contrabandista e o traficante pagam. Os pobres ficam livres, ou só pagam uma pequena parcela, enquanto os ricos pagam mais, como pede a justiça eqüitativa. E, sobretudo, este imposto fornece ao poder público uma ótima ferramenta para conferir as movimentações financeiras e coibir possíveis infrações. Os sonegadores, com certeza, não gostam deste "imposto". A fúria de alguns congressistas em eliminá-lo faz pensar que estavam querendo se livrar de um incômodo instrumento da fiscalização da receita.
O episódio acabou revelando uma séria fraqueza de nosso sistema político. Falta a presença e a atuação da cidadania organizada. Sem ela, o Congresso se enreda nos seus vícios. Ainda não foi regulamentado o Art.14 da Constituição, que prevê o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular de lei. Além destas limitações constitucionais, o atual Governo está pagando caro o pouco apreço que demonstra pela força política dos movimentos populares. Se prefere a companhia das cobras, que se previna melhor de suas picadas.
www.diocesedejales.org.br
* Bispo de Jales, São Paulo.
Versão para Impressão

16 fevereiro 2008

de adriana tasca


Detenidos-Desaparecidos en Diciembre de 1976.Adriana y Rodolfo eran compañeros desde 1972tenían 22 años. Militaban en Montoneros y estudiaban juntos. En Diciembre de 1976, al desaparecer un compañero, se fueron a Mar del Plata, de donde provenían, pero volvieron a La Plata .La pareja fue secuestrada. Adriana estaba embarazada de cinco meses. En aquel momento Adriana tenía el pelo corto y aclarado a rubia.Adriana fue llevada al C.C.D "La Cacha" y de ahí al C.C.D. que funcionaba en la "Comisaría 8" de La Plata. Fue vista allí en enero de 1977 todavía embarazada. Estaba en el suelo de un sótano y tenía los ojos vendados. A través de otra presa que fue liberada le mandó a decir a su familia que busquen a su hijo que iba a nacer entre la última semana de octubre.Todo ya era tarde, muy tarde.ella ya estava muerta, o tal vez no.Si viva siguiera,seria solamente para encontrar el mometo exacto de se vengar de todo lo que le habian sacado.Su amor, su juventud,su hijo,sus sueños.A Corte Latino-Americana de Direitos Humanos vai apurar denúncias das avós da Plaza de MayoNo dia 23 de fevereiro de 1977 um numeroso grupo de pessoas que se dizia pertencer às forças de segurança argentinas invadiram, cerca das oito e meia da noite, o consultório dentário da Dra. Campano, numa rua da cidade de La Plata, na Argentina. Prenderam Hector Carlos Baratti e sua mulher Elena de la Cuadra, de 22 anos de idade, e que se encontrava grávida de quatro ou cinco meses. Os vizinhos viram Elena ser colocada num carro da polícia e das forças armadas, mas não puderam dizer para onde ela foi conduzida. A mãe de Elena, Alicia Zubaznabar de la Cuadra, desde então tem empreendido numerosas buscas, para descobrir o paradeiro do casal e da criança, que deveria ter nascido por volta de julho daquele ano. Até agora, não conseguiu saber nada.No dia 11 de maio de 1977 um grupo de pessoas fortemente armadas que, segundo testemunhos, pertenciam a organismos de segurança, seqüestraram numa via pública da cidade de La Plata, Alejandro Efrain Ford, 20 anos de idade, e sua mulher Monica Edith de Osalo de Ford, 19 anos de idade, e que estava grávida de dois meses. A mãe de Monica, Elba Rosa Montiveros Urquiza de Ford, desde então realizou numerosas investigações para descobrir onde estavam sua filha, o genro e o neto, que deveria ter nascido por volta de dezembro. Elba Rosa chegou a entregar certas quantias de dinheiro a pessoas que se diziam vinculadas aos órgãos de segurança, para obter maiores informações mas nada conseguiu, a não ser a indicação não confirmada de que sua filha tinha dado à luz. Posteriormente, conseguiu saber que seu genro teria sido levado ao Norte e estaria trabalhando como fotógrafo do Exército, num quartel ou num lugar de concentração de presos. Mas nada mais ficou sabendo da filha e do neto presumivelmente nascido no cárcere.Esses dois casos são alguns em centenas, pacientemente recolhidos e relatados por parentes — geralmente avós — de crianças "desaparecidas" pela repressão argentina nos últimos anos.
Postado por Adriana

o roubo de informacões

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O ROUBO DE INFORMAÇÕES – OU LULA SAI DA TOCA OU CAI.Laerte BragaHalliburton, a empresa responsável pelo container de onde foram roubados discos rígidos e um notebook da PETROBRAS contendo informações sigilosas sobre as descobertas da empresa e que transformam o Brasil em detentor de reservas extraordinárias de petróleo teve como presidente o vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Chaney.É uma das gigantes da exploração de petróleo no mundo e constantemente acusada de ser favorecida pelo governo norte-americano, além de ligações com a CIA. Pior, dentro da mecânica do sistema financia com gordas contribuições campanhas de candidatos republicanos e ações da CIA (AGÊNCIA CENTRAL DE INFORMAÇÕES).O jornalista Paulo Henrique Amorim, em seu CONVERSA AFIADA, foi claro e transparente ontem, quinta-feira. Ou Lula sai da toca e vai para a luta com os seus adversários ou vão fabricar uma crise a cada dia, tem sido assim desde o “mensalão” e acabam chegando ao impedimento do presidente.Para essa gente, tucanos, democratas, PTB, etc, pouco importa que o País mergulhe numa crise, se arrebente, que o desemprego volte a níveis assustadores, a miséria se espalhe em proporções dramáticas como no governo FHC. Importa que a chave do cofre esteja nas mãos deles para operar os grandes negócios e empresas como a Halliburton possam agir às claras, pois de saída privatizam a PETROBRAS. Como nada acontece por acaso uma semana antes foi revelado que a FUNDAÇÃO FORD, eufemismo para operações ilegais dos EUA em países como o Brasil, “contribuiu” com 800 mil dólares para FHC, em 1969 (a primeira parcela foi de 145 mil dólares) criar um centro de estudos e mudar de idéia.No caso específico de FHC os olhos postos sobre o Brasil, novamente, via José Serra, se voltam de forma mais aguda. É que Hilary Clinton está em dificuldades em sua campanha e o cargo de secretário de Estado está cada vez mais distante, Tinha a pretensão de ser um novo Kissinger.A operação tem todo o estilo CIA/MOSSAD (serviço secreto de Israel, braço da agência norte-americana, ou vice-versa). Ter um governo “confiável” por aqui é fundamental para assegurar o relacionamento de Corte e Colônia.As crises fabricadas e montadas nos laboratórios de Washington desembocam no Brasil via “tucanex” ou “democratex”, o veículo mais rápido de entrega e venda do País ao capital internacional.A grande mídia deita e rola em cima da história e há notícias que no estúdio do JORNAL NACIONAL (JORNAL NACIONAL DOS EUA) colocaram almofadas especiais para o caso de William Bonner entrar em orgasmo incontrolável e subir pelas paredes na crise de cada dia.O perigo disso é acharem que o garçom é o culpado. Quem sabe Diego Maradona com essa mania de ter sido melhor que Pelé? Em termos de caráter é pelo menos infinitas vezes. Maradona tem, Pelé nunca teve. Ou Hugo Chávez que “precisa” de petróleo, ou quer arrebentar a concorrência da PETROBRAS.Lula não percebeu, ou se percebeu por uma razão qualquer está encolhido, que a pauta do seu governo é montada pela oposição e que se brecha existir não vão hesitar em propor seu impedimento.Não há sentido em continuar a governar dentro de um modelo podre, corrupto, uma democracia de faz de conta com um Congresso onde a pilantragem é regra geral e a seriedade é exceção.É preciso vir a público e expor toda a sorte de dificuldades criadas pela oposição em torno de mentiras, fraudes, apresentar os fatos, gravíssimos, que ocorreram quando da privatização/doaçã o da VALE DO RIO DOCE e desmistificar essa conversa fiada que empresário tem sentido patriótico, social, coisa que o valha. Tem nada. Nunca é demais repetir que a diferença entre empresários e máfia é que a máfia às vezes usa arma e hoje nem se sabe ao certo se essa diferença continua a existir.Se Lula continuar a se deixar manter emparedado joga por terra todas as parcas conquistas obtidas até agora e que fazem diferença, muita (a bolsa família está sendo copiada em vários países do mundo e em algumas cidades e estados norte-americanos) e aceita um retrocesso em 2010, uma eventual vitória de Serra/FIESP/ DASLU, ou Aécio, ou qualquer outro comprometido com a liquidação do País. É o momento de vir a público e denunciar todas as reais mazelas do País pós FHC, os esforços para evitar que o Brasil quebrasse em todos os sentidos e o que foram as privatizações/ entregas conduzidas por FHC, família, tucanos e democratas, a corrupção real dessa gente, o que significa para o Brasil a perda da VALE DO RIO DOCE, do controle da EMBRAER e por trás disso quem puxa as cordinhas que controlam figuras como Artur Virgílio, Tasso Jereissati (que Hélio Fernandes chama de “Corruptasso Jereissati”), Roberto Jéferson (que continua operando tranquilamente) , quem é o verdadeiro condutor dessa quadrilha e quais são seus objetivos reais.A luta transcende e como a questão institucional, eleitoral, disputa partidária, tem a dimensão de sobrevivência do Brasil como nação livre, soberana e independente e Lula até agora tem aceito de forma passiva o jogo dessas elites que são apátridas e se valem da mídia venal para desinformar e iludir os brasileiros.Lula é o presidente da República eleito e reeleito por clara e cristalina manifestação do eleitorado, sobreviveu a toda a sorte de tramas e trambiques a partir da República FIESP/DASLU, uma espécie de condado de Washington e das grandes empresas norte-americanas e européias, como agora no caso da PETROBRAS, envolvendo uma empresa ligada ao vice-presidente dos EUA.Tem que reagir. Seu silêncio, seu jeito de tentar levar a coisa como se pudesse ir empurrando cada crise com a barriga do seu carisma vão acabar favorecendo esse tipo de “negócio”.É mais ou menos como alguém colocar uma faca em sua barriga, você vai recuando, recuando, até que num determinado ponto percebe que não tem por onde recuar mais. Aí, ou aceita a facada ou sai para a luta.E há um detalhe nisso tudo. Lula não tem o direito de se deixar esfaquear, pois não foi eleito presidente só do PT, mas num contexto de todas as forças populares e percepção da classe trabalhadora, sobretudo em regiões como o Norte e Nordeste, que ou lutamos ou caímos.Lula ultrapassa a Lula e precisa entender isso. Não estão liquidando com “sua presidência”, estão liquidando com perspectivas de avanços concretos e efetivos e trazendo de volta o retrocesso tucano/democrata.__._,_.___

14 fevereiro 2008

os loucos de samonte

CARLOS LÚCIO GONTIJO *

MESSIA Rolete, Geléia, Lobeira, Pataca, Zica, Sô Bem, João Bola Sete (...), andarilhos das ruas e praças da minha Santo Antônio do Monte (a nossa Samonte), ainda povoam minha memória, misturados às minhas loucuras e manicômios particulares, pois que ninguém nesse mundo de intempéries e injustiças socieconômicas desmedidas é cem por cento saudável mentalmente.
INDICA a sensibilidade do dom com que nasci que os portadores de demência se transformam em crianças e, embebidos na inocência da falta de discernimento, são uma espécie de anjos caídos, estão mais para os mistérios celestiais do que para a dureza que domina a razão e a mente dos que vivem a realidade do dia-a-dia no planeta Terra.
APRENDI com minha mãe Betty a respeitar os loucos que perambulavam pelas ruas e viviam de esmolas ou da caridade de pessoas como minha mãe, que sempre lhes dedicava atenção, além de dar-lhes algum alimento, como um prato de comida que eles comiam sentados nas cadeiras do alpendre, com a mesinha de centro fazendo às vezes de mesa de almoço ou jantar.
CREIO, com todas as energias do meu coração, que não existe vida gradualmente mais importante, superior ou de maior significado, tanto aos olhos de Deus quanto da própria sociedade, pois, como nos diz o filósofo francês André Malraux, uma vida pode não valer nada, mas não há nada que valha uma vida. Com toda certeza, se hoje consigo continuar com inspiração para escrever após a produção de dez livros (e o décimo-primeiro Lógica das borboletas, que já está nas mãos da jornalista e psicóloga Berenicy Raelmy, para o devido trabalho de revisão) e a labuta diária no jornalismo, é por que abri meu coração para aprender principalmente com os pequeninos, os puros de alma, uma vez que os que se consideram grandes sábios nada dão, nada passam de graça – apenas se incumbem de tirar, extrair, roubar...
LEMBRO-ME de “Sô Bem” recitando Camões - olhando trêmulo para os lados, sob o temor de que os alemães, comandados por Hitler, pudessem chegar a qualquer momento -, como que a semear cultura pelas esquinas. Não me esqueço do “Bola Sete”, acompanhando todos os enterros, independentemente de conhecer ou não o falecido. Ali estava clara a lição: a dor da despedida não tem nome nem sobrenome – gente que morre vira espírito e merece ser reverenciada por estar a caminho do indesvendável Reino dos Céus e das energias que movem e iluminam o Universo. Por essa faceta, quando o “Bola Sete” morreu, foi como se ele tivesse ganho no bilhar do reconhecimento: Santo Antônio do Monte em peso acompanhou o seu enterro. Contraditória e surrealisticamente, o cidadão louco ensinou a todos o princípio básico da construção da cidadania verdadeira – a solidariedade!
Carlos Lúcio Gontijo
www.carlosluciogontijo.jor.br
o carlos lucio é amigo de infancia

11 fevereiro 2008

amazonia pede socorro

AMAZÔNIA PEDE SOCORRO

Castor Maranhão*

- Nota nº 1 -

Cessar a destruição da floresta Amazônica já se transformou em prioridade para a segurança nacional. Não se trata mais de diminuição do ritmo do desmatamento e sim da inadiável colocação de um ponto final nessa prática criminosa.
Divulgar-se que o ritmo da destruição tem diminuído é infantilidade e confissão da derrota. Na Amazônia, existem milhares de serrarias ilegais em plena atividade; isto é um fato assustador. É preciso encerrar essa atividade criminosa imediatamente. Feito isto, as 3 esferas de governo (federal, estadual e municipal) devem elaborar um projeto de reflorestamento das áreas já devastadas. Voltaremos na próxima semana e abordaremos este assunto.

* José Castor de Albuquerque Maranhão
Economista aposentado do Ministério da Fazenda

04 fevereiro 2008

ORCAMENTO PARTICIPATIVO: INSTRUMENTO DEMOCRÁTICO

Claudia Siqueira *



Desde o ano de 1989, a partir da experiência pioneira da prefeitura de Porto Alegre-RS, vários municípios e estados brasileiros adotaram o Orçamento Participativo, que permite à população participar da elaboração do orçamento. Há duas formas pelas quais pode ser realizada essa participação popular:

- durante a fase de elaboração do Orçamento, quando o projeto de lei está sendo preparado na Prefeitura ou no Governo do Estado.

- em audiências públicas, realizadas nas Câmaras Municipais ou Assembléias Legislativas, quando o povo é convidado a conhecer, em detalhe, o orçamento que está sendo elaborado, e opinar sobre ele, informando e sendo agente na definição de prioridades, por exemplo, as obras e serviços mais importantes para seu bairro ou região.
Com a implementação do orçamento participativo,
o povo, de forma democrática, pode diretamente participar da decisão de se construir ou uma praça ou uma escola pública; adiar a construção de uma ponte para concluir a construção de um hospital.
É importante observarmos que a democracia participativa garante que a democracia representativa seja mais democrática.
O sucesso do orçamento participativo é demonstrado pelo crescente interesse de municípios brasileiros e em todo o mundo pela adoção deste mecanismo.
No Brasil, entre 1989 e 1992, 12 municípios realizaram o orçamento participativo. De 1993 a 1996 foram 36 municípios. De 1997 a 2000 foram 103 municípios e de 2001 até o início de 2004, estimava-se que cerca de 300 municípios adotavam o orçamento participativo.

* Cláudia Helena M. de S. Lima
Bacharel em Direito e nos honra com seus artigos