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01 março 2008

cinco dedos e sebo

> "CINCO DEDOS" E SEBO> *Carlos Lúcio Gontijo> Inicio este artigo com versos de Fernando Pessoa ("O valor das coisas não > está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por > isso, existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas> incomparáveis"), que nada têm a ver com o mundo da política e dos poderes > da República brasileira, onde os que se encontram no comando desejam se > eternizar em seus cargos, uma vez que, com raríssimas exceções, mesmo com > seus diplomas, títulos e honrarias, eles não subsistem sem o mandato, sem > a toga, sem o posto burocrático, por lhes faltar sensibilidade, tolerância > e sentimento de igualdade (e fraternidade) na convivência com a sociedade > como um todo.> Como no tempo do Brasil-colônia, nossos juízes de maior credibilidade > ainda são de fora. Bem recentemente, organismo internacional nos colocou > como campeões em racismo e preconceito, apesar de toda a nossa decantada > miscigenação e propalada fé cristã. Isso porque nossas elites dirigentes > aceitam o Carnaval, mas não a democratização da economia, que permanece > branca em país de pretos e mulatos.> Tal procedimento comportamental explica a indisfarçável idiossincrasia > (e explícito desrespeito) de determinados setores contra o presidente > Lula, sempre exagerando em críticas de cunho particular e pessoal, pois > para eles só deve ter assento em Brasília gente proveniente da "Casa > Grande" - mandatários que tenham "cinco dedos".> Está cada vez mais cansativo assistir aos telejornais da televisão, onde > os apresentadores se excedem na expressão de ira e nos beicinhos de ironia > contra o governo Lula, ao passo que o Congresso atua tão-somente em nome > da próxima eleição, na base de que se danem a Nação e a próxima geração. > Vergonhosamente, o instituto da Medida Provisória só existe porque > possuímos um Parlamento avesso ao dever constitucional de legislar com > agilidade e, principalmente, espírito público e compromisso com o País. A > verdade absoluta é que, enquanto base aliada e oposição se engalfinham no > Congresso, sob os holofotes de uma mídia "bigbrothernizada" e predisposta > a cobrir o lixão imprestável em vez de noticiar o Brasil que cresce e > progride às custas do trabalho de seu povo, o governo tem que governar, ou > melhor, engendrar mecanismos que lhe garantam condições mínimas de > governabilidade.> Agora, retornando à literatura e à poesia com que iniciei esta > explanação, eu me recordo do grande e esquecido poeta mineiro (de Santo > Antônio do Monte) Bueno de Rivera, que, certa feita, ao me entregar o > prefácio para uns de meus primeiros livros, disse: "Filho, quando seus > livros chegarem ao sebo, é sinal de que você construiu carreira literária > nesse Brasil de poucos leitores" - e, para minha alegria, constatei que há > vários exemplares de minha obra em sebos de Belo Horizonte, anunciados até > em sites. Ou seja, de alguma maneira, já estou na memória da literatura e > escolhi, para manifestar o meu contentamento, o blog do amigo Emmanuel > Rabelo, nosso querido Emmanuelzinho, que, embebido em extrema brasilidade, > procura apresentar ao público o Brasil que a gente não vê nos meios de > comunicação, onde o objetivo, desde o primeiro mandato do atual governo, é > mandar o presidente Lula, a todo custo, para o cadafalso da cassação > política, oferecendo sua cabeça aos que há séculos - desde o > descobrimento - mandam no País e que descobriram que nada são distantes do > poder. Em síntese, ao contrário de meus livros, eles não têm vida no sebo!> Carlos Lúcio Gontijo> www.carlosluciogontijo.jor.br>>