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29 maio 2008

aécio neves censura imprensa

veja esse vídeo e o espalhe entre seus contatos. é a democracia tucana
http://br.youtube.com/watch?v=R4oKrj1R91g

27 maio 2008

desabafo de uma lutadora

é o deabafo de alguem que luta incansavelmente contra a injustica e pelos Direitos humanos.


Saudades de todos vocês.Mudei novamente de endereço.Estou sem conexão.Os processos se arrastam na justiça.Acordo pensando em todos que como eu vivem o desespero de serem perseguidos por serem testemunhas, por denunciarem.Todos os dias oro por pessoas que lutam pelos Direitos Humanos neste país.Perdemos a nossa liberdade, perdemos o direito de ter uma cama confortável, um lar seguro.Perdemos o direito de ter endereço fixo.Vivemos sob a mira das ameaças.Somos arquivos vivos.Estamos vivos enquanto as informações não são alcançadas.Peço a todos que olhem por aqueles que se entregam a suas causas. Sei que não sou a única. Temos Ana Bruni guerreando contra a falta de vergonha da justiça em Itacaré, Bahia.Temos Daniel Ponte que exige dignidade para os mortos que chegam ao IML do Rio de Janeiro. Temos Beatriz Abagge que sofreu horrores antes de qualquer julgamento.Eu continuo perseguida e em local ignorado. Esta é a minha opção pois não quero ficar na casa das testemunhas. Daniel Ponte também não quer.A vida que escolhemos não é boa.Aparece muita gente que oferece o ombro e retira da mesma forma.Mas existem amigos dos quais nos orgulhamos, gente que é gente, gente brasileira.Eu agradeço a todos os amigos. Os certos e os incertos.Um grande beijo no coração de todos.Vera Mattos

22 maio 2008

papo entre leonardo Boff e o dalai lama

BREVE DIÁLOGO ENTRE O DALAI LAMA
E O TEOLÓGO BRASILEIRO LEONARDO BOFF

Leonardo Boff explica:
"No intervalo de uma mesa-redonda sobre religião e paz entre os povos, na qual ambos participávamos, eu, maliciosamente, mas também com interesse teológico, lhe perguntei em meu inglês capenga:

- "Santidade, qual é a melhor religião?"
Esperava que ele dissesse:
- "É o budismo tibetano ou são as religiões orientais, muito mais antigas do que o cristianismo."
O Dalai Lama fez uma pequena pausa, deu um sorriso, me olhou bem nos olhos, o que me desconcertou um pouco, por que eu sabia da malícia contida na minha pergunta.

- e ele afirmou:
- "A melhor religião é a que mais te aproxima de Deus. É aquela que te faz melhor."
Para sair da perplexidade diante de tão sábia resposta, voltei a perguntar:
- "O que me faz melhor?"
Respondeu ele: (e então eu senti a ressonância tibetana, budista, taoísta de sua resposta),
- "Aquilo que te faz mais compassivo aquilo que te faz mais sensível, mais desapegado, mais amoroso, mais humanitário, mais responsável... A religião que consegue fazer isso de ti é a melhor religião..."
Calei, maravilhado, e até os dias de hoje estou ruminando sua resposta
sábia e irrefutável."

09 maio 2008

DILMA ROUSSEF E AGRIPINO MAIA – A MULHER QUE NÃO É BOLA PARA SER ENCAÇAPADA


Laerte Braga


O senador José Agripino Maia, do DEMocrata do Rio Grande do Norte, em 1979, em plena ditadura militar, filiou-se ao PDS que sucedeu a ARENA, partidos do regime de terror implantado no País em 1964.
O senador descende uma família que se alterna no comando do seu estado ao longo de décadas, no velho esquema de oligarquias que juntam latifúndio e empresários no Nordeste do País.
Houve um tempo que a gente da FIESP/DASLU costumava dizer que para o Brasil crescer era necessário “doar” o Nordeste para livrar-se de um “peso”. Eu me recordo que a cantora Elba Ramalho, um exemplo de ser humano, deu uma resposta devida e precisa sobre o preconceito manifesto contra nordestinos.
Euclides da Cunha, engenheiro, militar e escritor, deixou a afirmação “o sertanejo é antes de tudo um forte”.
É claro que ao longo da história do Brasil figuras como Agripino Maia, que nunca trabalharam na vida, ou fizeram coisa alguma que não beneficiar-se do poder (os Andradas, por exemplo, vieram para o País em navio chapa branca junto com a família real como afirma um amigo que muito prezo), não pode pensar diferente do que ele pensa.
É um dos donatários dos grupos que escravizaram durante séculos o Nordeste e tentam manter esse poder a todo custo.
Integra a corte, a elite, faz parte da pior espécie de gente que existe. A que não tem princípios e nem valores. São a um só tempo, embora possa parecer um contra senso, amorais e imorais.
Foi por isso que com aquele olhar cínico, debochado, imperturbável de todo mau caráter, que fez a pergunta que fez a uma figura humana notável, a ministra Dilma Roussef.
Dilma, como tantos brasileiros, pegou em armas contra a ditadura. Como tantos brasileiros passou anos presa quando foi submetida a torturas violentas e degradantes e se manteve altiva, corajosa, íntegra e acima de tudo humana.
Maia não sabe nem o que isso quer dizer. Altivez, coragem, integridade e ser humano. Nunca teve e nunca foi.
A resposta da ministra Dilma Roussef dada ontem ao senador (putz, é o cúmulo isso) resgata o notável valor da mulher brasileira, mas acima de tudo, do ser humano capaz de se manter como tal, não importa quantas pastas tenham sido abertas e nelas guardadas as mentiras e as montagens seja da ditadura, seja de figuras como Maia, ou de quem quer que seja, no modelo desumano, cruel e perverso de hoje.
O que transforma o real em irreal.
A resposta de Dilma Roussef deveria ser exibida em cada escola do País, em cada casa, para que cada jovem e cada cidadão pudesse ter diante de si uma realidade que tentam ocultar a qualquer preço, pois não querem seres humanos, querem robôs. E pudessem enxergar e perceber que aqui existem pessoas cuja bravura e caráter são reais
Pode ser vista e ouvida

08 maio 2008

DIA DAS MÃES E ABOLIÇÃO

Carlos Lúcio Gontijo


O ADVENTO da globalização comercial, combinado com a supremacia das leis de mercado sobre a gestão do Estado, veio agravar não apenas as condições sociais de um elevado contingente de pessoas, mas também trazer de volta o acirramento da questão racial, uma vez que assistimos, hoje, a uma abertura sempre insuficiente de novos postos de trabalho, principalmente pelo fato de o crescimento econômico, dentro de um quadro de produção informatizada, não ter mais correlação com a absorção de mão-de-obra humana com direitos garantidos e carteira de trabalho assinada.
DESSA FORMA, alastra-se mundo afora uma competição sem precedentes pelo emprego, havendo o registro de muitos casos de perseguição a estrangeiros e a determinados grupos étnicos. Não poderia, portanto, o Brasil, integrado à conjuntura formada pela globalização econômica, escapar ileso, ainda mais que temos um passado histórico em que a escravidão dos negros era não somente legal, mas um comércio que chegou a representar quase 30% das importações brasileiras entre os anos de 1841 e 1850.
CULTURALMENTE, nossa propalada democracia racial não conseguiu vencer a enorme gama de preconceitos que se firmou ao longo dos anos em que se tomou como legítima a escravização dos negros. E isso não é uma mácula existente só no Brasil, pois nos Estados Unidos, país que conta com o salutar avanço de candidatura de cidadão negro à Presidência da República, a mesma nódoa de intolerância mancha o tecido social norte-americano, onde, vez por outra, ainda ocorrem incidentes e mortes originários de confrontos raciais.
A ABOLIÇÃO da escravatura – comemorada a 13 de maio no Brasil e que ocorre, neste ano de 2008, dois dias após a comemoração do Dia das Mães (domingo, 11) – deve transformar-se em um momento de reflexão, pois o racismo permanece, em pleno século XXI, uma realidade vergonhosa a ser enfrentada pela humanidade dita civilizada.
DADOS ECONÔMICOS levantados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nos revelam a fria indiferença da sociedade diante da situação de nossos irmãos negros, que são em menor número no mercado de trabalho formal, percebem os menores salários e são, em ambígua constatação, a maioria em tempo de dispensas movidas por ambiente econômico desfavorável ou pela introdução de novos equipamentos tecnológicos nos meios de produção, sinalizando-nos que a pátria brasileira precisa trabalhar e esforçar-se muito mais, para ser, indiscriminadamente e em conformidade com a letra do hino nacional, a gentil mãe de todos.
Carlos Lúcio Gontijo
(www.carlosluciogontijo.jor.br)

03 maio 2008

revolucionarios de araque

REVOLUCIONÁRIOS DE ARAQUE

Carlos Lúcio Gontijo


É TRISTE chegarmos à conclusão de que alguns dos que foram elevados à condição de heróis, durante o período de arbítrio militar, estejam, hoje, reivindicando indenização aos cofres públicos, por seu ato de bravura e resistência, do qual fizeram marketing pessoal e, desde a retomada da democracia, são figuras carimbadas em matéria de proximidade com os parcos recursos destinados à área cultural, onde muitos deles transitam fagueiros e luzidios.
CONTUDO, não-contentes de se alimentarem da escuridão ditatorial, talvez contaminados pela penumbra por ela irradiada, optaram por apresentar à Nação brasileira uma espécie de corpo de delito revolucionário extemporâneo, reclamando por possíveis danos materiais sofridos, apesar de terem construído parte de seu sucesso profissional sobre o alicerce de ex-combatentes do regime ditatorial militar instaurado em março de 1964, que lhes rendeu, ao terminar, o privilégio de ter todas as portas abertas para o prosseguimento de suas vitoriosas carreiras, sob a notoriedade patrocinada pelo rótulo de ex-cassados, ex-perseguidos, ex-exilados e por aí afora.
DESSA FORMA, dentre os seus males, a ditadura militar se nos revela, agora, uma grande incubadora de aproveitadores travestidos de revolucionários e idealistas, que, pelo que sabemos, têm no cumprimento de seu idealismo a própria remuneração, pois, quando isso não basta em pagamento à voluntária missão patriótica, temos o surgimento dos mercenários – os que se prestam a lutar ou defender causas por dinheiro.
É PARA LÁ de lamentável assistirmos ao pagamento, pelo Estado, de indenizações milionárias – completamente fora dos padrões experimentados pela imensa maioria dos brasileiros – a pessoas que se propuseram, espontaneamente, a lutar contra arbitrariedades, injustiças e desigualdades em nome do povo.
ENFIM, a verdade que ora pontifica é que, muitas vezes, o combatente tanto ganha a face quanto adquire os mesmos hábitos e comportamentos da fera à qual perseguia e, mais tarde, se nos apresenta portador de idêntico veneno letal. E, por falar em coisa peçonhenta, cuidamos de encerrar este nosso artigo com um poema antigo, intitulado Decreto-lei e que se encontra inserido em nosso livro Cio de Vento, editado em 1977, quando nos "empasquinhávamos" e tecíamos loas aos que se opunham à ditadura militar: A ferida da folha que cai/ Não arde ao sopro do vento/ Então, antes que tarde, Pai/ Decretai ao povo alento pleno/ Sem o veneno dos parlamentos.
Carlos Lúcio Gontijo
www.carlosluciogontijo.jor.br